segunda-feira, 20 de setembro de 2010

domingo, 12 de setembro de 2010

lovely guys



rafael coutinho, daniel galera, rafael grampá & daniel pellizzari
do sul do brasil para o mundo!

Betsy' O

É para lá que eu vou


“Na ponta da palavra está a palavra. Quero usas a palavra “tertúlia” e não sei aonde nem quando. À beira da tertúlia está a família. À beira da família estou eu. À beira de eu estou mim. É para mim que vou. E de mim saio para ver. Ver o que? Ver o que existe. Depois de morta é para a realidade que vou. Por enquanto é sonho. Sonho fatídico. Mas depois - depois tudo é real. E a alma livre procura um corpo para se acomodar. Mim é um eu que anuncio. Não sei sobre o que estou falando. Estou falando do nada. Depois de morta engrandecerei e me espalharei, e algém dirá com amor meu nome. É para meu pobre corpo que vou. [...] À extremidade de mim estou eu. Eu, implorante, eu a que necessita, a que pede, a que chora, a que se lamenta. A que diz palavras. Palavras ao vento? Que importa, os ventos as trazem de novo e eu as possuo. Eu à beira do vento. O morro dos ventos uivantes me chama. Vou, bruxa que sou. E me transmuto. Oh, cachorro, cadê tua alma? Está à beita do teu corpo? Eu estou à beira de meu corpo. E feneço lentamente. Que estou a dizer? Estou dizendo amor. E à beira do amor estamos nós.”

Clarisse, “É para lá que eu vou”.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

do cotidiano

'a vida cotidiana começa a nascer quando as ações e relações sociais já não se relacionam com a necessidade e a possibilidade de compreende-las e de explicita-las, ainda que por meios místicos ou religiosos; quando o resultado do que se faz não é necessariamente produto do que se quer ou do que se pensa ter feito.'

'estamos aparentemente condenados ao tempo trágico do atual e do imediato, ao tempo da falta de imaginação e da falta de esperança.' Maffesoli

'o operário que trabalha, que submete seu corpo, seus gestos, seus movimentos ao ritmo da máquina, à disciplina do processo de trabalho e ao desencontro do processo de valorização, de apropriação privada dos resultados da produção social, também dorme e sonha.'

'(...) ainda não vivem na (e a) cotidianidade, que não é a aceitação resignada da impotência de todos os dias, mas a vivencia do estranhamento mediada pela consciencia critica dessa impotencia.'

'é nas tensões do vivido que tem lugar o encontro/desencontro da vida cotidiana com a vida privada, e da vida cotidiana com a História.'

'(...) a cotidianidade é a era dominada pelo cotidiano e pela cotidianização da vida. isto é, pela fragmentação da consciência, pela manipulabilidade da consciência que não captura sua relaçao com o que Sartre define como processo de totalização em curso, na totalidade que lhe dá sentido. A cotidianidade é, justamente, o tempo em que o íntimo e o familiar são invadidos por essa dilaceração, pela percepção falseada, deformada, mutilada. o íntimo e familiar esta invadido pelo público, pela manipulação da percepçao: a televisao, o radio, portanto, pelo adverso, seu oposto.'

'(...) lefebvre não retorna, simplesmente, aos conceitos de Marx. mas à relação entre um modo de pensar e uma prática, isto é, a um projeto na práxis que define o trajeto de uma vida. o método dialético está no centro desse retorno. mas o método que foi se definindo ao longo da obra de Marx, que combina os momentos do método de investigação e do método de explicação; e que culmina com a análise inacabada sobre as classes sociais, isto é, sobre a primeira tríade: trabalho, terra e capital, ou seja, salário, renda e lucro. o pensamento de Marx não era binário, como o fez mais tarde o marxismo vulgar, e sim triadico.'


josé de souza martins