domingo, 28 de fevereiro de 2010

he draws








eduardo recife knows
misprintedtype.com

i am too much real



fernando hideki knows
www.flickr.com/photos/haitec

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

delirio horror show

ensaio fotografico inspirado 'livremente' na personagem delirio, da revista sandman, obra de neil gaiman.

fotos: amanda_bonequinho+<
modelete: eu mesma :O
ocasião: tarde de desemprego em bauru
local: casa abandonada da vizinhança





terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

te escrevo


escreveme. e as suas palavras sao silencios. das vezes que é colorido mas sem formas.
flutua apenas na escuridão das minhas retinas desgastadas, que já se acostumaram de sofrer.
eu ando capengando de uma das pernas, e me perco na escada que da no ceu (?) ondinhas ~~~~~~~~~~~~ no ontem o tempo era menos delirante.
eu vejo seus olhos = olhos que enxergam. subscrevo: nunca nos veremos com vistas cansadas: mesmo sem nos conhecermos somos amantes: de dizeres que non cabem no dizer cotidiano: simples assin

7 dezembro 2007
img: mariana abasolo

misplacement


dias vazios noite inteira.
das vezes que era de voar mas nunca mais pintouse dessas colores.... de voar.
se fosse de sentir, havia entao um buraco muito grande afundando no peito. .. . .. ... .
tanta dor.. . .. .
que se era de pensar em sentila, ja haveria caido.

ca em cima, os ojos estao vazando lamurias salgadinhas . .
. .
. .
. .

que os passaros nao sofram, entao
e ainda é agosto


3 julho 2007
img: mel kadel

lavalavalava

se nunca dissesse para mim que era, saberia jamais ter sido ton querente.
digo assin: das janelas que sempre hão de ser fechadas, abrireite pormenores secretos de vãs alegrias de pedra.
e digo mais: reticenssas.........
que elas dizem o sem-dizer parado há alguns centímetros da goela indizente.
amote, e esperote nas rotas dos meus pezínios.
sem mais................... ;


5 abril 2007

Re: faz tempo q non como ovo q choco


dos quadris de mulher fodida restaramse apenas desejo. de jeito que se arrepia só de encostar, de pensar. de jeito que pára na rua de ver os casais se beijandose e os odeia eternamente. de jeito que o corpo se vai cristalizando endurecendo petrificando esfriando enpalidecendo. assin sem encaixe. no gerundio redundante da espera. então diria.. comame < < < < < < < < < < < comame nesse outono da minha existencia. buscame quente entre suas pernas. exercitame. fodame. chupame. lambeme. degustame. dos verbos mais temidos desde sempre, dos verbos mais deliciosamente vividos, mais desejados, amém.


15 março 2007
img: parra

er ro


desperto do longo abraço que desteme.
é almoço, si.
das vezes que o tempo existia na matéria, e os olhares deveriam se encontrar entre as facas e os garfos e as comidinhas e vapores no meio dia das nossas vidas-vapores.
meus lugares de afetividade estan cheios dessas lembranças salivares.
e entonce tu adentras a minha porta mais secreta, non chamandome, e roubame o abrasso suspenso naquele tempo de escola, e colori de roxo o dia ainda pouco aceso da minha existencia.
tira da memoria os pedaços da lembrança maltratada pelo corte.
dame o aconchego que se alarga dentro desse oco.
e que a tua face reluza, lambida de salivas quentes e de cheiros salitres.
e que a tua língua de leite de vaca de leite de peito esquente a ponta do meu nariz ainda tão fria desses tempos de corte.
que eu estou de pés com pés, em frente do seu nariz.
e respiras dizendo coisas que me tocam, mas não alcanço.
as minhas manos percorrem a terceira pele desse que pareces tu, e ainda não sou.


5 março 2007

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

tato


o olho enxerga o que deseja e o que não
ouvido ouve o que deseja e o que não
o pinto duro pulsa forte como um coração
trepar é o melhor remédio pra tesão
um terço é muita penitência pra masturbação
a grávida não tem saudades da menstruação
se não consegue fazer sexo vê televisão
manteiga não se usa apenas pra passar no pão
boceta não é cu mas ambos são palavrão
gozo não significa ejaculação
o tato mais experiente é a palma da mão

o olho enxerga o que deseja e o que não
ouvido ouve o que deseja e o que não
depois de ejacular espera por outra ereção
o ânus precisa de mais lubrificação
por mais que se reprima nunca seca a secreção
o corpo não é templo, casa nem prisão
uns comem outros fodem uns cometem outros dão
por graça por esporte ou tara por amor ou não
velocidade se controla com respiração
o pau se aprofunda mais conforma a posição
o tato mais experiente é a palma da mão

o pinto duro pulsa forte como um coração
gozo não significa ejaculação
o ânus precisa de mais lubrificação
por graça por amor por tara ou pra reprodução
ouvido ouve o que deseja e o que não
velocidade se controla com respiração
trepar é o melhor remédio pra tesão
o tato mais experiente é a palma da mão
se não consegue fazer sexo vê televisão
o olho enxerga o que deseja e o que não
uns comem outros fodem uns cometem outros dão


arnaldo

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Yankel D


talvez eu-inteira incomode voce. quase tudo o que eu digo e faço. voce descobriu tao rapido os meus defeitos, voce os joga todos nas minhas maos e não sei o que fazer. talvez seja hora de eu-inteira ir embora para sempre. não basta que eu goste de voce ao longo de todos os dias e desde sempre. não basta que pense e sonhe com voce. é tudo irreal. nao bastaram todas as vezes que eu perdoei voce pelos erros que voce nao cometeu. todas as vezes que andei pela rua sem coração, o vento soprando dentro de mim. tudo o que eu sinto é exagero e ilusao. está tudo dentro de mim e talvez nos meus olhos. nao bastaram os dias em que tudo se perdeu. sequer quando outras pessoas surgiram sorrindo, mas nao eram voce. e quando outras pessoas surgiram ao seu lado, nao eram eu. sempre foram outras pessoas. olho para voce e te vejo partindo. nao vejo os seus olhos. apenas o seu pensamento buscando sempre tudo o que nao esta aqui. tudo o que não consigo ser. olho para voce e voce está de costas. olho para mim e estou sozinha. no meio de pessoas estranhas que não me conhecem. estou hoje no deserto. na minha cabeça não há mais ideias, apenas ressentimentos. eu gostaria de continuar adorando voce-inteiro, mas sem voce perceber. o seu cabelo e as suas maos. todas as coisas que saem das suas maos e da sua boca. o seu pensamento. os seus segredos. principalmente eu gostaria de guardar os seus segredos, mas sem conhece-los. nao tenho força para conhece-los. seus olhos também estao dentro de mim e vou adora-los para sempre, ainda que nao me vejam. todas as suas historias, a sua vida-inteira, cada segundo. meu amor te abraça inteiro e diz que é hora de partir. para um lugar muito distante onde nao te encontre nem te procure. longe de todos os lugares onde voce esteve comigo, em dias remotos dos quais nao me lembro. longe do seu perfume, que esta guardado em um papel dentro da minha carteira. devo jogar fora este papel e tambem a minha carteira. estarei em um lugar onde ninguem saiba que o mundo inteiro deixa de existir quando voce passa a mao no meu cabelo e beija a minha testa. talvez eu tenha sido muito dura, a minha poesia esta tao escondida que nem mesmo eu sei onde guardei. talvez nem haja poesia.



'Acordava toda manhã com o desejo de agir corretamente, de ser uma pessoa boa e significativa, de ser, por mais simples que isso pudesse parecer e impossível que fosse na realidade, feliz. E ao longo de cada dia o seu coração afundava, do peito para o estômago. No começo da tarde ele tinha a sensação de que nada estava certo, ou de que nada era certo para ele, e sentia o desejo de ficar sozinho. À noite ele se realizava: sozinho na magnitude de seu pesar, sozinho com sua culpa, difusa, sozinho até na sua solidão. Não estou triste, repetia ele sem parar, Não estou triste. Como se um dia pudesse se convencer disso. Ou se enganar. Ou convencer os outros – a única coisa pior do que ficar triste é deixar os outros saberem que você está triste. Não estou triste. Não estou triste. Pois sua vida tinha um potencial ilimitado para a felicidade, exatamente por ser um aposentado branco e vazio. Ele adormecia com o coração ao pé da cama, feito um animal domesticado que não fazia parte dele. E a cada manha acordava com o coração engaiolado novamente nas costelas, um pouco mais pesado, um pouco mais fraco, mas ainda bombeando. E lá pelo meio da tarde sentia novamente o desejo de estar em outro lugar, de ser outra pessoa, de ser outra pessoa que estivesse em outro lugar. Não estou triste'.

Yankel D*



* Trecho da obra 'Tudo se ilumina', de Jonathan Safran Foer. RJ, Rocco, 2005. Tradução de Paulo Reis e Sérgio Moraes Rego.


Img: Hebert Baglione