domingo, 21 de novembro de 2010
mare orientale
1.
O que dizer?
Que teu cheiro continuaria em minhas mãos
Se não houvesse água e necessidade de tomar banho?
Que teu sorriso interminável continua na memória,
Resistindo contra o esquecimento resultando de lugares à meia luz?
Nem insistirei em baterme com tal limitação, pois nada
Do que dissesse alçaria voo a ponto de superar lembranças:
Dias de chuva seguidos dum domingo luminoso do cheiro
Da carne, sons sonhados nos ouvidos toda a noite.
A sensação de novamente descobrir um continente,
O riso para sempre perdido num canto de lábio.
Penas de pássaro em tua nuca, e pés, e covas.
(...)
Sem que nuncacabe.
Nuncacabe.
O que dizer?
2.
Na parte em que não te toca o sol
Te tocarei eu, enfim. Entrededos como
Fêmur em carne e remo n'agua
Rumo ao extremo de ti
Em busca de mim.
Joca Reiners Terron, Mare Orientale
talvez seja agora o tempo dessas todas palavras. da vez que insisti em dizelas, no papel amassado - tantas vezes dobrei, tantas desdobrei, sem coragem de entregar -, era tempo nebuloso, de incerteza.. agora sendo tempo de saudade real, de distancia no tempo, no espaço, talvez seja hora de encontrar as lembranças há muito perdidas no caderno, e redizelas, como antes, dentro do abraço, e ao pé do ouvido.....: saudade
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Bom te ler, aqui e ali, guria.
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