terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

er ro


desperto do longo abraço que desteme.
é almoço, si.
das vezes que o tempo existia na matéria, e os olhares deveriam se encontrar entre as facas e os garfos e as comidinhas e vapores no meio dia das nossas vidas-vapores.
meus lugares de afetividade estan cheios dessas lembranças salivares.
e entonce tu adentras a minha porta mais secreta, non chamandome, e roubame o abrasso suspenso naquele tempo de escola, e colori de roxo o dia ainda pouco aceso da minha existencia.
tira da memoria os pedaços da lembrança maltratada pelo corte.
dame o aconchego que se alarga dentro desse oco.
e que a tua face reluza, lambida de salivas quentes e de cheiros salitres.
e que a tua língua de leite de vaca de leite de peito esquente a ponta do meu nariz ainda tão fria desses tempos de corte.
que eu estou de pés com pés, em frente do seu nariz.
e respiras dizendo coisas que me tocam, mas não alcanço.
as minhas manos percorrem a terceira pele desse que pareces tu, e ainda não sou.


5 março 2007

Nenhum comentário:

Postar um comentário