quinta-feira, 20 de novembro de 2008

.o que retalha os sentidos é sentir.

.pesa. dói. quebra em bilhões de pedaços a mente. o amor acumula cortes. gosta de ver sangrar quem entrega a alma às permissões. estúpido em seus pactos corrompidos. sujo em suas pseudo transparências. é tudo um amontoado de tentativas sem vontades verdadeiras. tentativas sem convicção. e eu, que queimo no escuro e fundo inferno de minhas intensidades, caminho pelas lâminas com o peito aberto para os golpes. estou farto de ser assim tão absoluto. de servir de objeto de admiração e distância. sempre como uma excentricidade. sempre como uma anomalia louvável e exótica. dessas que toda gente se espanta mas que mantém a um distância segura. me esparramo pelo dia como uma noite que não reconhece o amanhecer. cato as estrelas que despencam dos meu olhos em fúria e as vomito na cara dos que dizem "ainda não". tenho a marca dos que não cessam. dos que queimam, queimam, queimam, como dizia kerouac. o que há que possa ser diferente?. todos tem uma natureza. a minha é esse excesso. e essa extrema resistência à morte da poesia nos meus poros. mais tolo por acreditar nas impossibilidades. mais frágil por festejar seus limites. mais incendiário por confessar seus sentidos. cão sem dono esse pasmar de dias. censurável o desejo que na pele pulsa límpído e lascivo. ingênuo o vociferar das vontades cometidas. não fui feito pra esse tempo de sentimentos medianos. sou aqui. sou agora. sou já.


paulo amoreira

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