sexta-feira, 23 de maio de 2008


Todas as coisas de que falo estão na cidade
São todas elas coisas perecíveis e eternas como o teu riso
a palavra solidaria, a minha mao aberta
ou este esquecido cheiro de cabelo que volta...
Todas as coisas de que falo são de carne como o verão e o salário.
Mortalmente inseridas no tempo,
estão dispersas como o ar no mercado, nas oficinas, nas ruas, nos hotéis de viagem.
São coisas, todas elas, cotidianas, como bocas e mãos, sonhos, greves, denúncias, acidentes do trabalho e do amor.
Coisas, de que falam os jornais às vezes tão rudes ás vezes tao escuras
que mesmo a poesia as ilumina com dificuldade.
Mas é nelas que te vejo pulsando, mundo novo
ainda em estado de soluços e esperança.


(F.G)

roubado da stelinha
img: bear abstract

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